sexta-feira, 17 de agosto de 2018

QUO VADIS ?


Por   acreditar  que  existe  um  grupo  de  leitores  deste  “blog”  que  ainda  são  muito jovens, gostaria  de  iniciar  fazendo  um  pequeno  esclarecimento:  vivemos  no Brasil,  durante  longo  tempo  (  mais  de  vinte  anos ),  sob  o  manto  sombrio   de  uma  ditadura militar  que  destruiu  muitas  coisas  boas  que  havíamos  construído  em  nossa  jovem  república.

Com  muito  sacrifício,  incluindo  a  vida  de  muitos  que  lutaram  contra  o  regime  militar,  conseguimos  redemocratizar  o  nosso  querido  país  e  hoje  estamos  vivendo  numa  democracia,  ainda  jovem  e  com  muitos  problemas ,  mas  uma  democracia .

Ouvi,  muitas  vezes,  e  agora  repasso  para  os ilustres  leitores,  que  a  manutenção  de  uma  democracia  tem  um  custo  elevado  e  o  maior  componente  na  formação  desse  custo  é  a  “eterna vigilância”.

O  que  nos  empurrou  para  uma  fase  terrível  da  nossa  história  foi  um  golpe  militar  maquinado  aqui  e  alhures  por  pessoas  e  instituições  que  estavam  mais  preocupadas  com  a  preservação  dos  seus  grupos  políticos,  empresariais  e  familiares  e  a  sua  manutenção  sob  os  holofotes  do  poder.  Com  isto,   nossa  soberania  foi  negociada  e  o  que  havíamos  conquistado  até  então  escoou  pelo  ralo  da  história  levando-nos  ao  patamar  de  uma  nação  empobrecida  apesar  de  tantos  recursos  que  sempre  possuímos .

Recentemente,  pessoas  saudosistas,  com  o  beneplácito  dos  muitos  que    haviam  se  beneficiado   dos  horrores  do  regime  militar,    intentaram  contra  a  nossa  democracia  e,  desta  feita,  num  golpe civil,  feriram-na  quase  de  morte.

Nossa  democracia  agoniza. Precisamos salvá-la a todo custo . Basta  que  lembremos  da  necessidade  da  sua  eterna  vigilância .

Na  esteira  do  recente  golpe  civil   que  lhe  foi  intentado,  surgem  nomes   pleiteando  um  cargo  no  posto  maior  do  seu   poder  executivo .  Pessoas   que,  no  passado,  trocaram  afagos  com  a  ditadura  militar  inclusive  com  seus  grupos  de  torturadores  e  que  hoje  querem  posar  como  salvadores  da  pátria.

Mas  não  são    os  que  pleiteiam   cargos  no  poder  executivo.  Precisamos  lembrar  dos  perigos  que  representam  para  nossa  democracia  os  falsos  baluartes  da  “honra,  da  seriedade  e  da  dignidade”,   que,  sob  essa  bandeira,   apoiaram  o  prefalado  golpe   civil   e  que  agora  estão  tentando  se  reeleger  para  as  nossas  casas  legislativas .

Nem os  meios de  comunicação  escapam,  pois,  salvo  exceções,  se  houver, estão diuturnamente  trazendo  aos  nossos  lares  informações distorcidas  sobre  a  verdade  dos  fatos,  como  aconteceu  durante os  meses  que  antecederam  o famigerado  golpe  civil .  Diziam  que  estávamos  diante  do  maior  escândalo  de corrupção da história  do  Brasil  mas  esqueceram  de  dizer   com  qual  período  ou  com  quais  períodos  estavam  comparando .      
    
Iniciamos  uma  campanha  eleitoral  para  Presidente   da  República;  Governadores  dos  Estados  e  do  Distrito  Federal ;  Câmara  dos  Deputados  e  Senado  Federal  (  renovação  de  dois  terços ) .

A  maior  ameaça  à  uma  democracia  é a falência das suas instituições.

As  nossas  instituições  estão,  muitas  delas  falidas  e  algumas  em  estágio pré-falimentar. Entristece-me apreciar nos noticiários tantas  denúncias  contra  pessoas  que  ocupam  altos  postos  nos  nossos  poderes  (  Executivo,  Legislativo  e  Judiciário ),  e  estas  denúncias  seriam   ainda  mais  contundentes  se  não  fossem  tão  seletivas,  pois,  na  maioria  dos  casos,  a   imprensa  procura  antes  saber  “de  quem  se  trata”  para  depois  fazer  as  suas  manchetes .

A  imprensa  é  um  dos  guardiães   de  uma  democracia.  A  nossa  imprensa  (  dita  grande ),  é  uma  imprensa   ruim,  mas  uma  imprensa  que  existe  graças  à  democracia.  Nos  tempos  da  ditadura  militar  ela,   a  imprensa,  não  se  manifestava .  Alíás,   parte  dela  havia  apoiado  o  golpe  militar  assim  como  fez  com  o  golpe  civil  recente .

São  coisas  que  entristecem.  São  coisas  que  assustam  mas  ,  como  bom  brasileiro,  nunca  perco  a  fé.  Amo  o  meu  país  e  sempre  acreditarei  nele  e  na  grande  maioria  do  seu  povo.

Estamos  às  portas  de  eleições  que  poderão  definir  os  caminhos  que  deveremos  percorrer  rumo  ao  futuro.  Ou  fazemos  escolhas  que  nos  possibilitem  chegar  com  mais  otimismo  aonde  queremos  ir  ou  fazemos  escolhas  que  nos  empurrem  direto  de  volta  ao  passado !

Por  isto  olho  para  o  Brasil, meu  querido  Brasil,   e  lhe  dirijo  a  seguinte  pergunta :  para  onde  vais ?


sábado, 28 de julho de 2018

Obrigado, Portugal !


OBRIGADO,  PORTUGAL !


Ontem  tive  um  sonho.  Foi um sonho lindo !  Sonhei  que  estava em Portugal  para  receber  uma  homenagem  da  sua   Academia  de  Letras  e  Artes .

Em  meu  discurso  de  agradecimento   assim  me  expressei :  “Sou-te  grato,  Portugal,  por  tão  significativa  homenagem,  mas  quero  que  saibas  que  nada  me  deves   pois  muito    me  tens  dado .

Nada  me  deves,  Portugal,  pois    me  deste  a  dramaturgia  de  Gil  Vicente ;  a  poesia  transmarina  de  Camões  e  os  sonetos  inconfidentes de Cláudio  Manuel  da  Costa.

Nada  me  deves, Portugal,   pois    me  deste    as  sapatilhas  obstinadas  de  Rosa  Mota,  dando  voltas  em  torno  do  estádio  da  Luz.  

Nada  me  deves, Portugal,  pois    me  deste  Sagres,  onde  aprendi  a  singrar  os  mares  dos  meus  sonhos .

Nada  me  deves,  Portugal,  pois    me  deste  Coimbra,  em cujos corredores  respira-se  a  cultura  secular  através  dos  ares  do  Choupal .

Nada  me  deves,  Portugal,   pois    me  deste  José  Saramago  e  Fernando  Pessoa  e,  se  não  bastasse,  foste  buscar,  no  além-mar,   os  enredos  fantásticos  de  Mia  Couto  para  ilustrar  os  muitos  encantos  literários  da  tua  verve .

Nada  me  deves,  Portugal,  pois   me  deste  um  abril  cheio  de  cravos      e,  por  saberes  que nasci  aos  treze  de  maio,  me  deste  o  Santuário  de  Fátima .

Nada  me  deves,  Portugal,  pois     me  deste  teus   pastéis  de  Belém;  tuas  bacalhoadas;  teus  vinhedos  e  teus  olivais . 

Nada  me  deves,  Portugal,  pois    me  deste o Tejo  em  cujas  margens  ouve-se  os  lamentos  cariciosos  dos  teus  fados.

Muito me deste,  Portugal,  mas  se  nada  disto  me  tivesses  dado,  ainda  assim  ser-te-ia  eternamente  grato  por  me  teres  dado  a  “Última  flor  do  Lácio”,  que  continua  cada  vez  mais  inculta  e  cada  vez  mais  bela.

Assim, do coração,   me resta dizer-te :  obrigado, Portugal ! ”

Foi  um  sonho lindo !



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018


MIEP-45 .  Um  Banquete  de  Luz.


A Associação Municipal de Espiritismo de Campina Grande  ( AME ),  com  o apoio  da  Federação  Espírita  da Paraíba ( FEP ),  e  a  colaboração  de  abnegados  voluntários oriundos  de  diversas  centros  espíritas  do  mencionado  município ,  realizou,  entre  os  dias  10  e  13.02.2018,   a   45ª  edição  do  MIEP – Movimento de Integração Espírita na Paraíba,  desta  feita  homenageando  os  150  anos  de  lançamento   do  livro  A Gênese ( Allan Kardec ),  obra  integrante da  codificação  da  Doutrina  Espírita .

“Terra, planeta amor”  foi  o  tema  central  do  evento  que,  além  do  MIEP  propriamente  dito,  ainda  contemplou  o  MIEP Jovem  ( com  atividades  destinadas  aos  jovens  e  adolescentes );  o  MIEPINHO  (  para  crianças  )  e  o  MIEP Baby  (  para  os  pequeninos ,  cujos  pais  estiveram   participando  do  MIEP ).  Trata-se,  pois,  de  um  evento  destinado  à  toda a  família  espírita,  em  particular, e  a  todos  aqueles  que  quiseram  contemplar  as  maravilhas  contidas  nos  ensinamentos  de  Cristo.

Durante  a  realização do MIEP  e,    nos  dias  que  lhe  antecederam,  era  muito  boa  a  energia  em  todo  o  local  do  evento.  As  vibrações  que  ali  chegavam  traziam  consigo  muita  paz  aos  participantes,   numa  serena euforia muito   perceptível  entre  aqueles  que  colhem  para  si,  ensinamentos  como  “Onde  estiverem  duas  ou  mais  criaturas  reunidas  em  meu  nome,  eu  entre elas  estarei” - Jesus ( Mateus 18:20 ) .

Oportuno  registrar  que  um  evento  daquele  porte  não  se  organiza  “da  noite  para  o  dia” .  No  final  dos  trabalhos  do  44º MIEP,  em  2017,    fora  lançada  a  semente  do  45º  MIEP  e  ali  mesmo    foram  dados  os  primeiros  passos  na  sua  organização.  Assim   como  ocorreu  este  ano,  quando  na  cerimônia  de  encerramento  da  sua  45ª  edição,     se  delineava  o  embrião  do  46º MIEP,  a ser  realizado,  com  a  permissão  divina,  de  01  a  05  de  março  de  2019  e ,  numa  felicidade  indescritível,  a  partir  da  escolha  do  seu  tema  central : “MARIA DE NAZARÉ -  Eis  aqui  a  serva  do  Senhor .”

Tive a alegria de poder participar,  desta feita  e  mais  uma  vez, nos  trabalhos  voluntários,  ainda  que  de  forma  modestíssima,  quando   pude  admirar  a  entrega  e  dedicação  dos  muitos  voluntários  que  ali  passavam  muitas  horas  do  dia,  sempre  alegres  e  dispostos a  prestar  as  melhores  atenções a todos  que  delas  precisassem,  num  ambiente  fraterno  e  cordial .  Todos, desde os organizadores até o mais  modesto  dos  voluntários  (  muito   bom  lembrar  que  os  organizadores  também  eram  voluntários ),   traziam  sempre  em  seus  semblantes  um  sorriso  que  emanava  dos  seus  corações,  mesmo  nas  ocasiões  em  que  havia  alguma  tensão  no  ar,  resultante  do  empenho em se  fazer  o  melhor  em  prol  do  sucesso  do evento .

Naqueles  momentos  pude  sentir  a  alegria  por  estar  num  ambiente  ungido  pela  graça  do  Pai  e,  mais  que  isto,  por  ter  a  sensação   de  estar  participando,   com  o  mais  humilde  dos  merecimentos  ,  de  um  banquete  de  luz .